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O bullying é uma das formas mais comuns de violência vivenciada por crianças e adolescentes, ocorrendo com grande frequência na escola. As estatísticas são alarmantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 3 crianças no mundo já foi vítima de algum tipo de bullying. Em Portugal, um estudo revelou que 50% dos jovens estão semanalmente envolvidos em comportamentos de bullying, seja como vítimas, agressores ou ambos. O impacto é grande e vai além da sala de aula, afetando a saúde mental e o desenvolvimento social das crianças.
Com o avanço da era digital, o bullying há anos que assumiu uma nova forma: o bullying virtual, ou cyberbullying. As redes sociais, mensagens de texto e plataformas online são usadas para intimidar, humilhar ou difamar. Muitas vezes é visto como mais inofensivo por não causar danos físicos, mas cyberbullying pode ocorrer a qualquer hora, sem que a vítima tenha como se proteger.
Por isso, é essencial que os pais e cuidadores estejam atentos ao comportamento online das crianças, ajudando a monitorar e orientar o uso das redes sociais e plataformas digitais.
Gerir o tempo de exposição e criar um espaço seguro para conversas sobre as interações virtuais são passos importantes para prevenir o cyberbullying e garantir o bem-estar emocional dos mais jovens.
Esse tipo de comportamento pode gerar efeitos psicológicos graves, como ansiedade, depressão e outras consequências, muitas vezes subestimadas. Saiba como identificar sinais de depressão infantil no nosso artigo.
Uma criança que sofre de bullying pode desenvolver uma visão negativa sobre quem é, desenvolvendo sentimentos de inferioridade e falta de autoconfiança. Normalmente é aqui que começa um ciclo de baixa autoestima que pode persistir até à idade adulta.
Ainda, crianças vítimas deste tipo de comportamento tendem a isolar-se socialmente. A criança é excluída ou atacada, e, em defesa, tenta fugir de qualquer interação social, agravando o seu sentimento de não pertença. Sabemos que então as consequências emocionais são profundas, podendo resultar em dificuldades em estabelecer e manter relações sociais saudáveis no futuro.
Estudos indicam que crianças que sofrem bullying são mais propensas a apresentar sintomas como tristeza constante, perda de interesse em atividades que costumavam gostar, dificuldades em dormir, pesadelos frequentes, irritabilidade e, em alguns casos, pensamentos suicidas, entre muitos outros. Adicionalmente, crianças vítimas de bullying muitas vezes têm fobia da escola, o que resulta em faltas recorrentes e medo de ir às aulas. Naturalmente é algo que afeta o desempenho escolar a longo prazo.
Conheça abaixo as consequências disto mesmo.
Muitas vezes é um tema negligenciado. Crianças que sofrem de bullying normalmente apresentam uma queda significativa no rendimento escolar.
O medo de interagir com os colegas e de estar no ambiente escolar pode fazer com que o foco se desvie dos estudos para a própria segurança física e emocional.
Crianças que sofrem bullying frequentemente apresentam altos níveis de ansiedade em relação ao ambiente escolar. Evitam participar em atividades de grupo, têm medo de responder a perguntas em sala de aula e desistem de estudar, por deixarem de acreditar que são capazes de ter bons resultados.
Uma das barreiras mais significativas na prevenção do bullying é uma percepção subestimada. Embora possa ser reconhecido que o bullying existe, ainda é um taboo falar sobre o mesmo e as suas consequências. Os efeitos são minimizados e o tema é visto como “é só uma fase” ou “é só uma brincadeira de putos”, chegando a “eu também levei com os miúdos mais velhos e olha, estou aqui forte”.
A verdade é que não, não é normal, não faz parte do processo de ser criança, muito menos torna alguém mais forte.
A falta de sensibilidade e de conhecimento sobre como identificar os sinais de bullying faz com que muitos casos sejam ignorados ou mal interpretados, o que agravando o impacto na saúde mental da criança.
Para evitar isso, é essencial que os cuidadores estejam bem informados e prontos para agir.
Aqui estão algumas ações importantes:
Criar um ambiente de confiança: Assegurar que a criança se sente segura e confortável para falar sobre o seu dia-a-dia e as suas experiências, seja em casa, na escola ou noutro local. Disponibilidade para ouvir é essencial.
Educar sobre o que é o bullying: Ensinar as crianças a reconhecerem o bullying e a entenderem que não precisam de passar por isso sozinhas. Ensinar formas seguras de se defender.
Orientar a procurar ajuda: Garantir que a criança saiba a quem recorrer quando passa por situações de bullying, sejam os pais, professores ou outros adultos de confiança. O suporte pode fazer toda a diferença na maneira como a criança lida com a situação. Um envolvimento proativo dos cuidadores pode transformar a experiência de uma criança que passa por bullying, ajudando-a a sentir maior segurança e apoio, essenciais para superar este tipo de problema.
Partilhamos este artigo relevante sobre o tema. Informe-se para poder ajudar.
É crucial que os pais, educadores e cuidadores que estejam na vida das nossas crianças, estejam atenots e criem um espaço seguro e um ambiente de apoio e diálogo. O combate ao bullying exige um esforço conjunto, um cuidado genuíno para ajudar as crianças a crescer emocionalmente seguras e confiantes.