Logo

EN / PT

Voltar

A magia da carta ao Pai Natal

Com a chegada dos dias mais frios, chega também a altura mais ansiada e vivida de forma intensa pelos mais pequenos - A Magia do Natal... Ruas enfeitadas e iluminadas, a construção da árvore de natal, o presépio, a elaboração da carta ao pai natal, são alguns dos momentos e atividades que deixam memórias que perduram no tempo. 

A importância da carta ao Pai Natal

Neste artigo, aprofundamos os benefícios e competências de uma das atividades mais comuns nesta altura do ano – A Magia da Carta ao Pai Natal. Um momento que poderá ser realizado em família, potenciando o desenvolvimento e educação da criança. Vejamos alguns exemplos: 

- Abordar os desejos da criança. Não apenas os materiais! Os desejos que têm acerca das diferentes áreas/contextos de vida – família, desporto, escola e amigos;

- Ajustar as expetativas da criança, explicando que a Carta ao Pai Natal não é uma lista de presentes ou compras. Poderá explicar à criança que o Pai Natal só consegue dar um presente a cada menino, por isso, no máximo a criança poderá escrever/desenhar 3 presentes, para que o “pai natal”/pais possam eleger aquele que fará mais sentido para a criança; 

- Treinar a argumentação, pedindo à criança que explique, por exemplo, o porquê de querer determinado brinquedo, para quê, a quem poderia emprestar e como poderá utilizar;

- Incentivar a partilha, ao receber novos brinquedos poderá dar a outras crianças brinquedos que já não utiliza;

- Agradecer o Natal do ano anterior, as conquistas e sucessos que teve no último ano;

- Potenciar a criatividade, imaginação e fantasia;

- Treinar a escrita e motricidade fina (através do desenho e decoração da sua carta);

- Recordar alguns dos valores familiares associados a esta época - crenças, rituais e hábitos da família;

- Explicar quem é o Pai Natal; 

- Contar a história e origem do Natal. 

Escrever a carta ao Pai Natal

Apresentamos um modelo de algumas frases que poderão completar em conjunto com os vossos filhos ao elaborarem a Carta ao Pai Natal, tornando a magia ainda maior: 

"Este ano eu... 

Houve dias em que foi mais difícil controlar o meu comportamento e...

O que eu mais gostaria que acontecesse à minha família...

A maior asneira que fiz este ano... 

Este ano o que fiz melhor foi... 

No dia de Natal eu...

Uma coisa importante sobre mim é... 

Uma coisa importante para mim é...

Tenho saudades de..."

As crianças devem acreditar no Pai Natal?

Até quando devemos deixar que uma criança acredite no Pai Natal?

Não há uma idade certa até à qual é suposto acreditar no Pai Natal. Cada criança tem o seu tempo, as questões podem iniciar-se mais cedo ou mais tarde, dependendo de fatores intrínsecos da própria criança (como o seu desenvolvimento cognitivo e emocional) e do seu contexto (por exemplo, se tem irmãos/primos mais velhos é natural que as questões surjam mais cedo). 

Chegará o dia em que começarão as primeiras inquietações. Os pais poderão fazer algumas perguntas conduzindo a reflexão “e tu o que achas?” “para ti, o que mudaria se o Pai Natal não existisse?”.

Perante a descoberta “afinal o Pai Natal não existe”, as crianças poderão ter diferentes reações: sentir que passaram a pertencer ao grupo “dos mais crescidos”, sentir tristeza (embora momentânea) e sentir necessidade de manter a fantasia e magia associada ao Pai Natal (escrever a carta, tirar fotografias). Respeite a escolha de cada criança. 

Não tenha pressa! A imaginação nas crianças é fantástica e tem uma função no crescimento e desenvolvimento da criança. Afinal de contas o Pai Natal é uma personagem simbólica, tal como existem tantas outras de histórias e contos infantis.  

A criança terá tempo, ao longo do seu crescimento, de construir, modelar e adaptar as suas crenças e ideologias associadas ao que é verdadeiramente o Natal para si. O mais importante serão os valores que cada família transmite em cada momento de vivência com os seus filhos. 

Este é um texto escrito apenas para aqueles que lhes fizer sentido elaborarem a carta ao pai natal com os mais pequenos, sem que haja qualquer tipo de sentido de obrigação de o fazer. 

Inês Cabral da Fonseca 

Psicóloga Clínica - Crianças e Adolescentes

Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses

Para ler outros artigos do mesmo tema, consulte a secção do nosso blog sobre Educação Infantil.