EN / PT
Para muitos pais ter animais de estimação em casa ainda gera algumas incertezas. Apesar de se falar muito sobre como a relação entre crianças e animais de estimação ajuda a criar vínculos afetivos que contribuem para o desenvolvimento infantil, ainda existem muitos mitos que provocam alguns receios e impedem muitas famílias de adoptar animais de estimação.
De acordo com um estudo da Waltham, Petcare Science Institute, as idades sobre as quais os animais têm um maior impacto na auto estima são em crianças com menos de 6 anos, pré adolescentes e adolescentes acima dos 10 anos de idade.
Ainda segundo a mesma fonte, geralmente os cães e os gatos são considerados, entre os animais, os que dão melhor apoio social, devido à maior interação e reciprocidade quando comparado com outros animais de estimação.
Tanto nas culturas ocidentais como não-ocidentais, os animais de estimação podem atuar como uma forma de apoio psicológico, ajudando jovens e crianças a sentirem-se bem consigo mesmo, e contribuindo para uma auto-estima positiva.
No entanto, ainda que os benefícios sejam muitos e comprovados, deverão ser tomadas as devidas precauções quando se decide adicionar este novo membro à família, tanto na sua escolha como na sua introdução na dinâmica familiar.
Neste artigo deixamos alguns conselhos, mas antes, falemos dos benefícios.
Ter um animal de estimação exige responsabilidade e compromisso. Dar de comer, escovar o pelo, ou os cuidados de higiene são algumas tarefas que pode partilhar com o seu filho para que estes comecem a ganhar o sentido de responsabilidade.
A relação afetiva que a criança cria com os animais enquanto fiéis companheiros, desenvolve nela relações de afeto, lealdade, cumplicidade e amor. O afeto recíproco e os momentos de cumplicidade constroem memórias que perduram para sempre na vida das crianças.
Ter um animal de estimação ajuda as crianças a entender e a compreender melhor o ciclo natural da vida - desde o nascimento, à reprodução, até mesmo à doença e à morte.
Há investigações que comprovam que os animais de estimação contribuem para a diminuição dos níveis de stress (daí existirem terapias com animais direcionadas para crianças com patologias do foro cognitivo). De acordo com o estudo da Waltham, Petcare Science Institute, crianças e adolescentes com animais de estimação tendem a ter uma maior auto-estima, a sentir menos solidão, e a ter habilidades sociais aprimoradas.
Os animais de estimação são companheiros sempre prontos para a brincadeira, estimulando as crianças a exercitarem-se, em muitos casos, ao ar livre, afastando-as do telemóvel, da playstation, ou da televisão.
A presença de um animal gera um turbilhão de emoções numa família - desde cedo a criança confronta e começa a aprender a lidar com sentimentos como a empatia, e a criar relações de afeto - tendo efeitos nas relações interpessoais ao longo da vida futura.
Um dos maiores receios de muitos pais está relacionado com o impacto na saúde, no entanto, segundo um estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology, conviver com animais de estimação, principalmente cães, ajuda a reduzir o risco de as crianças virem a ter alergias e asma. O contacto contribui para ativar e fortalecer o sistema imunitário pela exposição regular a alergénicos.
O cuidado deve ser constante especialmente na fase de introdução da criança ao animal, que deve ser feita de uma forma gradual. No caso de já existir um animal de estimação aquando da chegada da criança, recomenda-se que esta introdução seja feita o mais cedo possível. Alguns conselhos:
Para situações em que o animal de estimação já exista (antes da criança nascer) - se possível, antes do nascimento, receba amigos ou familiares com bebés de forma a habituar o animal a estes novos elementos. Deixe-os ouvir os sons e sentir o cheiro. É aconselhável apresentá-los a outras crianças desde cedo porque este pode ficar ansioso sempre que estiver perto delas mais tarde;
Nos primeiros contactos com o bebé, os cães devem ser apresentados sempre com a máxima vigilância para aferir esta primeira aproximação, e controlar alguma situação desgradável que possa ocorrer;
Por norma as crianças sentem a tendência de tocar logo no animal e estes gestos por vezes podem provocar uma reação bruta por parte do animal - é necessário previamente explicar à criança que, apesar do animal poder ser um companheiro de brincadeiras, não é um brinquedo, e pode reagir mal a determinadas situações.
Nunca deixe a criança puxar a cauda, orelhas e patas, ou mexer na taça da comida ou da água do animal de estimação. Deve também tentar explicar à criança que deve evitar movimentos bruscos ou gritos;
Esteja atento a sinais de que o seu animal de estimação possa estar ansioso, como o evitar do contacto visual ou manter a cauda para baixo. Se isto acontecer, tire-o da sala para que ele fique algum tempo sozinho e sossegue;
Lembre-se de elogiar o animal nas horas certas, quando fez alguma coisa bem feita, mas também de o castigar com moderação sempre que ele tenha atitudes mais brutas com a criança. Só dessa forma o animal vai conseguir começar a entender que tipo de comportamento pode ter junto da criança/ bebé.
Antes de dizer que sim e se render aos encantos de um cão ou gato, tenha algumas coisas em consideração para preparar tanto a família como a casa para esta nova dinâmica familiar. Algumas coisas a considerar:
Antes de decidir a raça do seu animal de estimação tenha em atenção onde vive (apartamento ou casa, tamanho da casa, se tem espaços de exterior, etc..). De seguida, pesquise sobre as diferentes raças de cães e gatos, considere a sua personalidade e procure saber que tamanho este irá ter em adulto, para perceber se se adequa ao espaço que lhe tem para proporcionar.
Apesar de muitas crianças pedirem cães, por mais que lhes fale do sentido de responsabilidade, no final do dia irá sempre recair sobre si. Para além da comida, água, banhos, e veterinário, precisa de ter noção de que os cães requerem muito tempo e energia por parte dos donos - têm que ser ensinados, ser passeados com frequência e claro, as brincadeiras são essenciais e fundamentais! Se trabalha muitas horas por dia e ainda por cima fora de casa, deverá considerar a hipótese de pet-sitting para passeios a meio da tarde, por exemplo. No caso dos cães, os passeios não servem só para as suas necessidades - são o que permite um crescimento saudável, tanto fisicamente como psicologicamente.
As vacinas e os desparasitantes previnem muitas doenças contagiosas e potencialmente letais para o seu cão, para além de serem uma necessidade básica. É importante proteger os seus animais de estimação contra perigos externos e proteger a sua família. Antes de adquirir um animal de estimação, verifique que veterinários estão disponíveis na sua zona e consulte algumas reviews online. Tenha também em atenção a região onde reside e informe-se junto do médico veterinário das doenças mais comuns na zona.
Pensar como vai fazer com o seu animal de estimação no momento das férias é fundamental para que não chegue a hora e isto seja um problema. Existem serviços de pet-sitting que não só alimentam e dão passeios, como também ficam com os próprios animais nas suas casas durante um período de tempo. Pensar nesta situação de antemão vai evitar alturas de maior stress na altura de tomar decisões. E as férias são imprescindíveis para o bem estar de todos!
Enquanto ainda são pequenos, os animais de estimação necessitam de tempo e dedicação nesta fase de aprendizagem - tanto para obedecer a comandos simples, como para fazer necessidades apenas na rua, como para não roer objetos, ou subir aos sofás, etc... Isto é um processo que requer algum tempo e também alguma paciência, mas que é essencial que não se descuide. Caso esta seja a situação que o deixe mais receoso, aqui também poderá considerar contratar especialistas em pet-sitting para este efeito.
Quer esteja a ponderar ter um animal de estimação ou tenha acabado de o fazer, esperamos que este guia o ajude a pensar em aspectos que não tenha considerado antes. No final do dia, para além dos benefícios que os animais de estimação trazem para as crianças, esta tem de ser uma fase que traga leveza, tranquilidade e afeto para toda a família.
Leia mais artigos no nossoblog da Baby Sisters: